13 de abril de 2022


demissão em massa

Dados da pesquisa Economy Informal mostram que o Brasil é o terceiro país no ranking de piores locais para se trabalhar. Segundo o levantamento, o território nacional é perigoso pelo grande número de assassinatos, repressão a greves e enfraquecimento de negociações coletivas.

De acordo com o estudo, a situação se agravou após a publicação da Medida Provisória 927/2020, editada pelo governo federal, com a permissão de suspensão de contrato de trabalho sem remuneração por até quatro meses. À época, o movimento sindical articulou e garantiu que a MP 927 fosse retirada, mas emendas permaneceram em outras Medidas, como a redução salarial de 25%.

Para especialistas, o resultado da pesquisa da Economy Informal só reflete a desvalorização do trabalho no Brasil, com redução do salário médio, precarização de postos de trabalho e descumprimento da legislação trabalhista, entre outros ataques que se tornaram frequentes após a reforma trabalhista de Michel Temer, em 2017.

Levantamento da Confederação Sindical Internacional (CSI) também mostra porque o Brasil é um dos piores países para se trabalhar. O País está entre os 10 que mais desrespeitam direitos trabalhistas e sindicais. O estudo foi feito com 149 nações.

O diretor-técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, explica os resultados: “Desde 2017, a partir da reforma trabalhista, a gente tem assistido o aumento da violência contra o movimento sindical, desincentivo à negociação coletiva e combate violento às mobilizações dos trabalhadores. Os dados do relatório denunciam ao mundo o que sabemos desde 2016 e que foi acentuado a partir do governo Bolsonaro”.

“Tudo isso em meio a uma conjuntura que tem uma taxa de desemprego, que atinge mais de 12 milhões de brasileiros, inflação que extrapola a casa dos dois dígitos e ataques diretos à democracia”, avalia o diretor do Dieese.

Para Fausto, “é indispensável que as entidades que representam os trabalhadores façam parte do processo de debates sobre o respeito aos direitos, como parte central do nosso processo democrático”.

Fonte: Agência Sindical